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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

CHICO MÁRIO: UM ARTISTA BRASILEIRO

   Por Ricardo Moreno


   Há anos atrás, uma amiga ao me ver tocando violão me perguntou se eu conhecia Francisco Mário, ou Chico Mário, como também era muito conhecido. Respondi um tanto desatento que não, não conhecia! Na verdade sequer ouvira falar dele. Ao ouvir esta resposta que denunciava minha ignorância musical, minha amiga passou a quase todo encontro repetir a pergunta: “Você já ouviu Chico Mário?” Eu continuava dizendo que não, o que a deixava num misto de incrédula e irritada. As coisas continuaram assim até o dia em que ela resolveu acabar com a minha ignorância em torno da obra do Chico. Chegou pra mim com um Lp debaixo do braço e disse: "tome! Você agora vai conhecer o Chico Mário". Cheguei em casa e a primeira coisa que fiz foi botar o Lp pra girar. Aí entendi todo aquele empenho da amiga para que eu o conhecesse. O disco é maravilhoso!
   Em seguida passei a procurar outros discos dele e descobri que este que eu tinha ouvido, era o último de sua produção, e tinha sido lançado postumamente, em 1988. Este disco foi concebido e gravado com Chico já consciente de ser portador do vírus HIV. Assim como seus irmãos, Henfil e Betinho, Chico Mário era hemofílico, e contraiu a doença num processo de transfusão de sangue. Foi, sem dúvida, uma das perdas terríveis daquele primeiro momento de expansão da AIDS. Chico era mineiro de Belo Horizonte e ao todo ele gravou sete discos de carreira e mais um com o líder camponês pernambucano Francisco Julião, um dos grandes líderes das famosas ligas camponesas em Pernambuco nas décadas de 1950 e 1960. Essa parceria evidencia uma tendência militante do compositor, que durante toda sua vida esteve ao lado das boas causas do seu tempo: lutou contra a ditadura militar (foi membro da Juventude Estudantil Católica) e atuou como vice-presidente da Associação dos Produtores de Discos Independentes.
   Seus discos são heterogêneos no sentido de que se alternam entre discos de canções e discos instrumentais. Mas em ambos os campos Chico deu provas de sua excelência. O seu primeiro disco, “Terra”, um disco de canções, foi bastante elogiado pela crítica, bem como por um conterrâneo seu de muita importância no cenário cultural brasileiro: Carlos Drummond de Andrade. Esse disco conta com a participação de uma turma de craques da música. Lá estão: Joyce, Quarteto em Cy, Antonio Adolfo, Danilo Caymmi, Luli e Lucinda e mais um pessoal de primeira.
   Em seguida vieram outros discos dentre os quais eu destacaria o “Conversa de cordas, couros, palhetas e metais” de 1983. É um verdadeiro primor! Timbres maravilhosos, temas lindos e arranjos graciosos. Esse disco recebeu o prêmio de melhor disco instrumental do ano fazendo seu autor ganhar o troféu Chiquinha Gonzaga. Toadas, baiões e choros e outros gêneros marcam presença. O disco demonstra um controle sobre a obra que só a maturidade pode trazer. Chico tinha consciência disso. Logo a seguir veio o LP “Pijama de seda” feito em homenagem ao mestre Pixinguinha. O tema que abre o disco, “Ressurreição” é dedicado ao seu irmão Henfil, e é simplesmente uma melodia inspiradíssima, com intervalos melódicos que tecnicamente diríamos de quinta ascendente que nos dá a sensação de uma ressureição.

   No disco “revolta dos palhaços”, o temperamento irrequieto do Chico o levou a fazer uma empreitada inusitada. Ele propôs que duzentas pessoas amigas adquirissem o disco antes mesmo de ser lançado, como numa espécie de cooperativa entre consumidores e produtores. Deu certo! E o disco teve a participação dos poetas Aldir Blanc e Paulo Emílio, do ator Gianfrancesco Guarnieri, dos músicos Mauro Senise, Luiz Cláudio Ramos (atual arranjador e violonista de Chico Buarque), e dos cantores Ivan Lins e Lucinha Lins. A capa era do seu irmão Henfil.
Pois bem, faço com vocês o que minha amiga fez comigo: Vocês conhecem Chico Mário? Não? Então corram a procura dos seus discos (creio que todos estejam disponíveis em cd). Comprar não será fácil, mas graças à internet é possível encontrá-los em sites e blogs do pessoal que pesquisa e garimpa. Comecem bem o ano com a música de um grande brasileiro.

domingo, 5 de dezembro de 2010

PONTOS DE CULTURA: UMA REVOLUÇÃO BRASILEIRA

Por Ricardo Moreno
 
Artigo publicado originalmente no jornal "Pôr-do-sol".

No momento em que vai terminando os oito anos do governo do presidente Lula, é chegada a hora de fazer uma pequena reflexão sobre o que foi feito na área a qual nos dedicamos aqui em nossa coluna: música. Não tenho dados para uma análise de grande envergadura, mas em particular gostaria de tratar de um assunto que considero da maior importância para a cultura brasileira, qual seja, a relação entre a cultura popular e as políticas públicas no Brasil.
Costumo, em linhas muito gerais, distinguir três grandes momentos de aproximação do governo brasileiro com as culturas populares. Primeiro foi no final década de 1940, quando na II Semana Nacional de Folclore o grande pesquisador e intelectual brasileiro Renato Almeida, diz que “proteger o folclore não é tarefa de estudiosos (como até então) nem de alguns homens de boa vontade, é obra do Estado”. A fala de Almeida dá ênfase à proteção das “artes populares”, ao “folclore brasileiro” etc. e não ao sujeito concreto que é detentor desse saber. Claro que este homem, muitas vezes em situação de risco social, poderia tirar proveito dessa “proteção”, mas não era ele o objeto da iniciativa, e sim o patrimônio simbólico.
O segundo momento eu defino como tendo sido entre as décadas de 1970 e 1980 quando em associação com a Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro, a FUNARTE – instituição ligada ao Ministério da Cultura – realiza uma espécie de inventário da música folclórica brasileira e faz diversas gravações de manifestações musicais folclóricas de várias partes do Brasil. Essas gravações foram publicadas na forma de discos de vinil no formato de compactos (eram discos de vinil de duração aproximada de doze minutos). Ainda que precárias, essas gravações representam até hoje uma boa fonte de pesquisa para os interessados no assunto. Mas do ponto de vista de políticas públicas, mais uma vez vimos os esforços do Estado brasileiro (cheio de “boas intenções”) em atuar no sentido de preservar, ou resgatar, como é muito comum que se diga, a manifestação musical popular, mas sem dar a mesma atenção ao homem de carne e osso que é detentor desses saberes.
Chegamos então ao terceiro momento: O Ministério da Cultura, primeiramente com Gilberto Gil e posteriormente com Juca Ferreira, desenvolveu um projeto chamado Pontos de Cultura. Esse projeto coloca pela primeira vez a perspectiva de atuar na valorização do patrimônio simbólico, ao mesmo tempo em que valoriza também o homem que dá corpo e vida ao patrimônio imaterial. Este projeto, entre outras coisas, articula cultura popular e economia solidária de modo a fazer com que os praticantes e detentores desses saberes populares se capacitem para atuar como profissionais, extraindo dividendos materiais de seus saberes imateriais. Dessa forma, as praticas culturais populares são revalorizadas fazendo com que os mais jovens passem a se interessar por aquela dança, música ou técnica de construção de instrumentos, por exemplo, mas sempre na perspectiva inevitável de dar novos significados a estes fazeres.
Hoje já são mais de dois mil pontos espalhados pelo Brasil. Eles são encontrados tanto nas periferias das grandes cidades, quanto em pequenos municípios. Além de articular cultura e cidadania o projeto gera visibilidade para práticas e saberes musicais que estiveram durante muito tempo relegados a uma condição de cultura inferior. Isso quer dizer que tanto a “alta cultura” como a “cultura popular” são reconhecidas e financiadas pelo Estado brasileiro. Cada ponto de cultura pode receber apoio financeiro de até R$ 185.000,00 para ser utilizado conforme o projeto apresentado. A articulação de cultura e cidadania gera importantes ganhos simbólicos e materiais para as comunidades detentoras dos saberes tradicionais. Isso é muito importante e gera inclusão e cidadania, pois muitas dessas comunidades estão em situação de risco social.       
Para o economista Paul Singer, há muita cultura na economia solidária, e muita economia solidária na cultura. É preciso, no entanto, juntar essas duas pontas. Não há dúvida que um novo Brasil está surgindo a partir da idealização dos "pontos de cultura", e que esse novo Brasil se apresentará ao mundo como síntese das possibilidades humanas ilimitadas baseadas na generosidade e na solidariedade. Somos, como diria Darcy Ribeiro, uma “nova Roma”, ainda melhor, pois lavada a sangue negro e índio.
Muito temos que caminhar para que de fato essa terra se torne uma “mãe gentil” e para que este belo sonho se efetive, mas acho que já começamos o caminho. Viva Gilberto Gil e esta bela revolução dos tambores! Viva o Brasil!
Um feliz natal a todos e um ano novo com muita disposição para as lutas que hão de vir.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

PREMEDITANDO O BREQUE

Este é segundo disco do maravilhoso grupo paulista Premeditando o breque. Grupo de sólida formação musical o Premê, junto com o grupo Rumo e Arrigo Barnabé, protagonizou uma interessante renovação da canção popular brasileira






1 - Essa é a verdade
Mário Biafra - Wandi Doratiotto
2 - Conflito de gerações
Wandi Doratiotto
3 - Brigando na Lua
Mário Biafra
4 - Marana
Mário Biafra - Wandi Doratiotto
5 - Marcha da kombi
Wandi Doratiotto
6 - Feijoada total
Premeditando o Breque
7 - Samba absurdo
Mário Biafra
8 - A Esperança é a última que morre
Wandi Doratiotto
9 - Nunca
Marcelo Galbetti - Mário Biafra - Wandi Doratiotto
10 -Choro
Marcelo Galbetti
11 - Gosto Também Se Discute
Wandi Doratiotto
12 - Luisa
L. Robin - R. Whiting - Vrs. Igor - Vrs. Mário Biafra
13 - Fim de Semana
Wandi Doratiotto

Músicos

Marcelo (Antônio Marcelo Galberti)
Igor (Igor Lintz Maués)
Wandy (Wanderley Doratiotto)
Claus (Claus Erik Petersen)
Biafra (Mário Augusto Aydar)

http://www.4shared.com/file/K8LEi9_l/1981_-_Premeditando_o_Breque.html

VINÍCIUS DE MORAES: ENTRE O SINGULAR E O PLURAL

Artigo escrito para o jornal "Pôr-do-sol", a ser publicado em 01 de novembro, data na qual já saberemos se o  Brasil vai seguir mudando com o projeto democrático-popular que está dando certo, ou se vai retroceder para um tempo de trevas peessedebista (bem maniqueísta mesmo...). Oxalá, e tudo nos leva a crer que sim, o Brasil avançe para melhorar o que ainda falta, e sabemos que não é pouco.  
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VINÍCIUS DE MORAES: ENTRE O SINGULAR E O PLURAL

Por Ricardo Moreno

No momento em que o leitor estiver lendo esse artigo, um novo Brasil já estará sendo desenhado e configurado como fruto do voto popular que se deu no último dia trinta e um de outubro. Oxalá, seja o desejo do povo a continuação de um projeto que entre outras realizações (algumas frustrações, é certo) fez, como o projeto “pontos de cultura” um caminho rumo ao encontro de um Brasil profundo, como diria o saudoso Mário de Andrade. Esse Brasil profundo foi muitas vezes escamoteado, e não raro, de certa forma, até envergonhou alguns brasileiros que, como diz outro grande pensador nativo, Ariano Suassuna, já quiseram ser franceses, no século XVIII; ingleses no XIX; e estadunidenses no XX. Quiseram ser tudo, menos brasileiros. Esses brasileiros são, para Suassuna, os representantes do Brasil oficial – da elite, que se opõem aos brasileiros do Brasil real – o do povo. Mas falando em Brasil profundo, eu lembrei de um de seus legítimos representantes, Vinícius de Moraes.  
Certa feita o escritor Carlos Drummond de Andrade disse sobre Vinícius de Moraes: “foi o único de nós que teve vida de poeta”. E o que isso significa? Significa acima de tudo que Vinícius teve a precisa consciência e exata percepção do seu tempo e de seu lugar. Soube como ninguém ser a síntese de um país tão misterioso, heterogêneo e complexo como o Brasil. Ao contrário de muitos que nasceram nas condições em que nasceu Vinícius, homem de classe média e tendo freqüentado os melhores bancos escolares, ele soube como ninguém compreender o Brasil, e mais do que isso: amá-lo profundamente. É desse amor que brota a profunda generosidade de Vinícius, seu ímpeto em realizar o melhor do Brasil. Mesmo sendo branco e de classe média soube ver na alma brasileira a presença criativa do negro. Sua cultura, sua música, suas danças e sua rica mitologia.  
Vinícius foi poeta, letrista de música popular, embaixador, escreveu para o cinema, foi boêmio e muito mais... Participou da criação da bossa nova, e foi dentro desse movimento, um dos mais importantes parceiros do maestro Tom Jobim, compondo com ele peças inesquecíveis como: “Garota de Ipanema”, “Eu sei que vou te amar” “chega de saudade” e tantas outras. Mas não se acomodou nesse movimento. No final dos anos 60 idealiza junto com seu parceiro, o grande violonista Baden Powell, uma incursão ao “Brasil profundo”. É nesta perspectiva que vai até a Bahia, numa viagem memorável para se encontrar com os orixás e receber deles suas bênçãos, e criar os “Afro-sambas”. Vinícius e Baden transformam em belíssimas canções de música popular os toques e os mitos yorubanos.
Após essa memorável passagem com Baden, Vinícius estabeleceu uma parceria profícua com outro violonista de peso: Toquinho. A parceria, que se iniciou quando Toquinho tinha apenas 23 anos e Vinícius 56, se desenvolveu até praticamente a morte do poeta em 1980. O encontro entre os dois rendeu à música popular brasileira um sem número de canções preciosas.
Há no belíssimo filme “Vinícius de Moraes” de Miguel Faria Jr. uma passagem na qual o escritor e ensaísta Antonio Cândido dá um depoimento preciso sobre nosso poeta. Ele diz que o primeiro Vinícius da poesia do livro (refiro-me a diferença entre a poesia do livro e a poesia da canção), ainda não era o “nosso” Vinícius. Ainda era uma poesia empolada, de gabinete. Ainda não era o Vinícius que bebeu nas fontes originais da cultua brasileira. Ainda era um europeu. Só depois é que Vinícius se torna efetivamente o poeta que aprendemos a admirar. É nesse segundo momento que Vinícius realiza o ideal dos modernistas de 1922 e produz uma poesia do cotidiano e sem empolação. E Vinícius gostava de ir ao encontro do povo simples. Um ano antes de morrer, Vinícius aceita o convite do então presidente do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo, Luís Inácio Lula da Silva, e vai até lá para ler seus poemas.
Com sua generosidade e amor pelo seu povo, Vinícius revela ao Brasil, o Brasil profundo. O Brasil bom. O Brasil do bem. O Brasil que pode dar certo, e que comparece frente às outras nações com dignidade e uma qualidade criativa já reconhecidas por todo o mundo. Vinícius é, enfim, a síntese do Brasil com que sonhamos. Vinícius continua sendo um ser plural em sua singularidade. Que as novas gerações conheçam e amem esse grande brasileiro! Saravá Vinícius!  

sábado, 9 de outubro de 2010

Apelo à consciência crítica dos brasileiros

 O assunto desse blog é música, mas eu gostaria de nesse momeno eleitoral brasileiro compartilhar com os usuários dele algumas angústias e esperanças. O Brasil tem passado por mudanças significativas e se não vivemos um processo ainda mais aprofundado de transformações é porque, sem dúvida, o governo que as promove é formado por uma coalizão que engloba até mesmo setores conservadores, que contradioriamente, foram co-responsáveis pela situação de miserabilidade do país. De qualquer forma as mudanças estão acontecendo e é preciso que ela avançem, e o momento eleitoral é o  melhor momento para que isso tudo seja discutido. Fico muito triste em ver a verdadeira discussão ser esvaziada por uma boataria que irresponsavelmente tenta denegrir e desconstruir a imagem da candidata DIlma Roussef, que é justamente a candidata que se compromete verdadeiramente com a continuação da mudança que se opera no Brasil desde 2003. A boataria apesar de ser um recurso desqualificado ele demonstra de forma cabal a falta de argumento da oposição. Um verdadeiro clima de obscurantismo medieval tomou conta das periferias do Brasil. Isso é muito perigoso e muito ruim para a democracia, pois esta depende da clareza de argumentos, do debate limpo e direto, e não dessas informações que circulam sem ao menos se saber de onde vem. O boato apela para o medo, que é sem dúvida um gigante da alma, como se disse outrora. Então o que vemos é o obscurantismo tentando se impor a todo custo. É a falta de argumento querendo vencer através do medo. É a homofobia, a intolerância contra as manifestações afro-brasileiras e uma série de outras intolerâncias.
  É o caso então de fazermos apelo às almas de bem a se empenharem na eleição do lado mais progressista e generoso dessa contenda política. Mesmo que não seja a candidata dos seus sonhos, compreenda que outro lado significa um retrocesso sem precedentes na nossa história. Em nome do interesse da maioria vamos eleger Dilma, a primeira presidenta do Brasil.


quarta-feira, 7 de abril de 2010

Stanley Clarke Live 1976-1977

Este é um disco do baixista estadunidense Stanley Clarke gravado entre 1976 e 1977. É mais uma contribuição do amigo Lucas Reis.     

Stanley Clarke - Primary Artist, Bass Guitar, Electric Guitar
Bob Malach - Tenor Saxophone
John McLaughlin - Acoustic Guitar
David Sancious - Piano
Ray Gomez - Electric Guitar
Gerry Brown - Drums
Al Harrison - Trumpet, Human Whistle, Piccolo Trumpet
Munyungo Jackson - Percussion
Peter Robinson - Organ, Strings, fender rhodes, Moog Bass
James Tinsley - Trumpet, Piccolo Trumpet, Alarm Clock
Alfie Williams - Flute, Alto Saxophone, Baritone Saxophone, Soprano Saxophone
1. School Days
2. Lopsy Lu
3. Quiet Afternoon4
. Silly Putty
5. Dayride
6. Bass Folk Song No. 3
7. Magician
8. Desert Song
                                                              9. Vulcan Princess

http://www.4shared.com/file/259043499/6f49613e/Stanley_Clark.html

sábado, 27 de março de 2010

Melpomem

Disco com a suposta música grega antiga. Lançamento da Harmoni Mundi.


01 - Akousate-Argos
02 - Melomai
03 - Sappho
04 - Eros

05 - Mater
06 - Nomos M
07 - Tenge pleumonas oino
08 - Dithyrambos
09 - Gaia
10 - Daktylos amera
11 - Makrotatos
12 - Anakreon
13 - Perikleitos
14 - Agallis
15 - Dialogos
16 - Mona
17 - Protos
18 - Ekleipsis
19 - Proteron
20 - Hypne anax

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Inezita Barroso

Esta é uma coletânea de músicas da Inezita Barroso, feita pela gravadora copacabana em 1972. Ele trás pra  nós o sabor de um Brasil rural muito engraçado e delicado.Dentre as canções do repertório destaca-se a engraçadíssima Moda da pinga e a belíssima Viola Quebrada, de Mário de Andrade.

 

1- Peixe vivo
2- Engenho novo
3- Lampião de gás
4- Moda da pinga
5-Funeral d'um rei nagô
6- Viola quebrada
7- Canto da saudade
8- Boi bumbá
9- Trem das Alagoas
10- Jangada
11- Côco verde
12- Morena, morena

domingo, 17 de janeiro de 2010

Ravi Shankar - Musical Ambassador of India

Sitarsista virtuoso, legendário, compositor, professor, e escritor RAVI SHANKAR é o embaixador musical mais estimado da Índia. É um fenômeno singular, cuja aparição no cenário musical ocidental despertou de pronto o interesse de músicos de vários segmentos musicais. Consta que o grande mestre do bepbop jazz, John Coltrane, tinha por Shankar uma verdadeira adoração. Como prova dessa admiração Coltrane homenageou o mestre indiano colocando seu nome no próprio filho: Ravi Coltrane.
 Shankar foi aluno do ilustre guru Baba Ustad Allaudin Khan. Ele já era uma das estrelas mais luminosas na Índia antes de entrar na cena internacional nos anos 60. Desde então, ele foi o pioneiro a disseminar na Índia a tradição da música clássica.





01 Raga Devgiri Bilawal - Dhun Ertaa
02 Raga Samant Sarang - Gat Jhaptall
03 Raga Shudh Kalyan - Alap Jod
04 Raga Bihag - Vilambit & Madhyalay


http://www.4shared.com/file/199508679/ee200126/Ravi_Shankar_-_Musical_Ambassa.html

sábado, 9 de janeiro de 2010

The Source - Ali Farka Touré

Ali Farka Touré nasceu em 1939 em Gourmararusse (na região de Timbuktu), Mali, em  uma família nobre. Sendo de origem nobre, ele nunca deveria ser músico. Sua família, portanto, reprovava a sua inclinação artística, levando-se ainda em consideração que a profissão de músico era normalmente herdada no Mali. Mas não houve que o impedisse, tamanha era sua vontade e inclinação.
Ele começou a tocar aos dez anos, mas só aos 17 pode ter sua própria  guitarra. Em 1950 ele começou a tocar gurkel, uma única seqüência africana que ele escolheu por causa de seu poder de atrair os espíritos. Ele também aprendeu sozinho a Njarka, um violino de corda única que é hoje uma parte popular do seu desempenho. Então, em 1956, Ali Farka Toure viu a performance do grande guitarrista guineense Keita Fodeba em Bamako. Ele ficou tão emocionado que decidiu então se tornar um guitarrista profissional. Foi um autodidata e adaptou canções tradicionais usando as técnicas que tinha aprendido na gurkel.
Durante uma visita a Bamako, no final dos anos 1960, artistas como Ray Charles, Otis Redding e, sobretudo, John Lee Hooker e Ali Farka Toure introduziram ali a música Afro-americanoa. A princípio, ele pensou que Hooker estava tocando a música do Mali, mas depois percebieu que essa música que vem da América tinha profundas raízes Africanas. Ali Farka Toure também foi inspirado pela força interpretativa de Hooker e daí começou a incorporar elementos de Hooker em sua própria performance.
Ali Farka Toure também foi engenheiro de som, uma profissão que praticou até 1980, quando ele tinha guardado dinheiro suficiente para se tornar um agricultor. Sua carreira se iniciou na França em 1976 e durante anos ele seguiu uma carreira de sucesso na África Ocidental, adaptando canções tradicionais e ritmos em dez línguas da enorme riqueza cultural do Mali. Esta carreira foi combinada com uma vida enraizada na sua aldeia. Embora fazendo muitas turnês na África e ocasionalmente também na Europa e América, Toure preferiu a segurança de sua vida na aldeia, junto à família e amigos, colheitas e gado.
Ali Farka Toure morreu 7 de março de 2006, de câncer ósseo.






 FAIXAS

1. Goye Kur
2. Inchana Massina
3. Roucky
4. Dofana

5. Karaw
6. Hawa Dolo
7. Cinquante Six
8. I Go Ka
9. Yenna
10. Mahini Me



The Enchantment - Chick Corea e Béla Fleck

Disco de 2007 reunindo o piano de Chick Corea e o banjo de Béla Fleck. Cortesia Lucas Reis.






FAIXAS

01 Señorita (Corea) 5′20
02 Spectacle (Fleck) 4′40
03 Joban Dna Nopia (Corea) 6′28
04 Mountain (Fleck) 3′53
05 Children’s Song #6 (Corea) 4′02
06 A Strange Romance (Fleck) 4′46
07 Menagerie (Fleck) 5′53
08 Waltse for Abby (Fleck) 3′02
09 Brazil (Barroso, Russell) 5′58
10 The Enchantment (Corea) 5′39
11 Sunset Road (Fleck) 4′36


Bird and Diz - Dizzy Gillespie, Charlie Parker

Encontro dos dois fundadores do be-bop, que conta ainda com a participação do genial pianista Thelonious Monk. Gravado em Nova Iorque em 1950.






 
Faixas:
1. Bloomdido
2. Oscar For Treadwell [Alternate Take]
3. Oscar For Treadwell
4. Mohawk [Alternate Take]
5. Mohawk
6. My Melancholy Baby [Alternate Take]
7. My Melancholy Baby
8. Leap Frog [Alternate Take]
9. Leap Frog [Alternate Take]
10. Leap Frog [Alternate Take]
11. Leap Frog
12. Relaxin' With Lee [Alternate Take]
13. Relaxin' With Lee


Músicos


Charlie Parker (saxo alto)
Dizzy Gillespie (trompeta)
Thelonious Monk (piano)
Curly Russell (bajo)
Buddy Rich (bateria)


http://www.4shared.com/file/192412892/766996a1/bird_and_diz.html



quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Astot Piazzolla e Gary Mulligan - Summit

 Encontro de dois grandes da música instrumental. Este disco foi gravado em 1974 e lançado em CD en 1988. Ele foi lançado pelo mundo com muitas capas e com títulos das canções em inglês e espanhol. Aqui preferimos colocá-los em espanhol. Todos os arranjos e a direção musical é de Piazzolla. Este CD é mais uma cortesia do Lucas Reis.






1- Hace 20 Años (20 Years Ago)
2- Cierra tus ojos y escucha (Close your eyes and listen)
3- Años de soledad
4- Deus Xango
5- 20 años despues (20 years after)
6- Aire de Buenos Aires (Mulligan)
7- Reminiscence
8- Reunion Cumbre


Piazzolla (Astor) - bandoneon
Mulligan (Gerry) - baritone saxofone
Gatti (Angel 'Pocho') - keyboards
De Piscopo (Tullio) - drums
Prestipino (Giuseppe) - electric bass
Baldan (Alberto) - marimba
Ziloli (Gianni) - marimba
Dacco (Filippo) - electric guitar
De Filippi (Bruno) - electric guitar
Benedetti Michelangelo (Umberto) - violin
Riccio (Renato) - viola
Miori (Enio) -cello

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

John Coltrane and Johnny Hartman






Disco do Coltrane de canções com Johnny Hartman. São temas suaves, mais parecidos com aquele Coltrane de "baladas". o disco foi gravado em 1963 e conta com as seguintes participações: John Coltrane, sax tenor; Johnny Hartman, voz; McCoy Tyner, Piano; Jimmy Garrison, Baixo; Elvin Jones, bateria.


1. They Say It's Wonderful
2. Dedicated to You
3. My One and Only Love
4. Lush Life
5. You Are Too Beautiful
6. Autumn Serenade

Clifford Brown with strings

Este é um belo cd do trompetista estadunidense Clifford Brown, intitulado "Clifford Brown with strings". Segundo a ficha técnica é uma gravação de 1955, quando ele tinha apenas 25 anos de idade. Teve uma morte prematura antes de completar vinte e seis anos, mas em sua breve carreira foi muito aclamado e apontado pela crítica como um dos melhores trompetistas de seu tempo, junto com Miles Davis e Dizzy Gillespie.
Este CD é uma cortesia de meu amigo Lucas Reis, que passou aqui em casa e deixou uma penca de CD's, que aos poucos eu vou publicando aqui.




1- Yesterday
2- Laura
3- Whats New
4- Blue Moon
5- Cant  Help Lovin Dat Man
6- Embraceble
7- Willow Weep for Me
8- Memories of You
9- Smoke Gets In Your
10- Portrait od Jenny

 11- Where or When
12- Stardust

Tavinho Moura Caboclo d'água

Esse é um dos discos mais bonitos de instrumental de viola que conheço, e certamente um dos discos mais bonitos do Tavinho Moura. Como em todos os discos de Tavinho, este tem uma sonoridade que vai ao encontro de um Brasil profundo. Mas não é um Brasil folclórico, no mal sentido do termo, mas um Brasil profundo como queria Mário de Andrade. Ouvir esse disco é estar em contato com os timbres e temas mais caros do riquíssimo acervo musical brasileiro, que ainda está por ser descoberto. Descubramos, pois...


 

01 – Caboclo d´água – Tavinho Moura
02 – Mato Grosso – Tavinho Moura
03 – Serra do Ão – Beto Lopes e Tavinho Moura
04 – Manoelzim da Crôa – Tavinho MouraInhuma – Zezinho da Viola
05 – Suindara
06 – Encontro das Águas – Tavinho Moura
07 – Dança do Mineiro Pau – Tavinho Moura
08 – Inhuma do Brejo – Tavinho Moura
09 – Dois Rios - Tavinho moura, Sergio Santos e Fernando Brant
10 – Noites do Sertão – Tavinho Moura e Milton Nascimento
  11- Inhuma - Zezinho da Viola
  12–  Minas Texas – Tavinho Moura
 13 - Coração Disparado – Tavinho Moura
14 - Dona Menina - Tavinho Moura
15 - Alma de Gato - Tavinho Moura e Murilo Antunes

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Salve o frevo imortal, imortal - Irmãos Valença

Este é um disco de frevo gravado em homenagem a uma das duplas de compositores mais famosas do gênero, Os irmãos Valença. Esta postagem é uma contribuição do amigo Ricardo Valença, primo dos irmãos Valença e grande flautista. Infleizmente não consiguimos a capa, mas segue abaixo alguns dados dos compositores.

IRMÃOS VALENÇA - João Vitor do Rego Valença e Raul do Rego Valença, nascidos a 1890 e 1894, respectivamente. A família Valença cultivava a tradição de fazer representações de Presépio de Natal. Irmãos Valença, como ficaram conhecidos, publicaram cerca de trinta obras, além de outras inéditas. Em 1924, formaram com os primos e amigos, uma sociedade teatral, o Grêmio Familiar Madalenense. Em 1930, compuseram sua primeira música de carnaval, a marcha Mulata, na qual, dois anos depois, Lamartine Babo, introduziu algumas modificações, principalmente na letra, transformando-a em Teu cabelo não nega. Foram três vezes campeões do carnaval do Recife, com o maracatu Ô, já vou; as marchas Nós Dois e Foi Você. Outras composições: Um sonho que durou três dias, Pisa baiana, Cocorocó, tendo feito marchas e frevos para os clubes Lenhadores e Vassourinhas.

1- Evocação Irmãos Valença
2- O teu lençinho
3- Frevo swing
4- Olinda, sonho madrigal
5- Há segredos, há encantos
6- É o bloco da saudade
7- Frevoclinho
8- Eu sou batutas
9- Vassourinhas varreu
10- Menino de rua
11- Negro faz a sua crença
12- Recife, o passado presente
13- Adeus, meu bloco
14- Menina saudade
15- Liberdade da nação






I CHING - UAKTI

Uakti é um grupo de percussão que ficou conhecido por sua sonoridade peculiar, extraída de instrumentos criados pelos próprios músicos. O principal compositor e fundador do grupo, Marco Antônio Guimarães, conciliou sua formação erudita com a produção artesanal dos instrumentos. Em 80, o Uakti participou do disco Sentinela de Milton Nascimento, o que proporcionou alguma projeção ao grupo. Desde então, vários discos confirmaram a qualidade do trabalho desses músicos. Colaborações com Phillip Glass, Marluí Miranda, Paul Simon e Ney Matogrosso, entre outros, não desmentem o clima de mistério que permeia seus sons.

Mistério que já está no próprio nome do grupo, originário de uma lenda indígena segundo a qual Uakti seria um ser mitológico que habitava as margens do Rio Negro. Seu corpo repleto de furos era trespassado pelo vento, o que produzia sons que atraíam as mulheres. Descontentes, os homens mataram Uakti, e no local onde seu corpo foi enterrado nasceram bambus que depois seriam utilizados na confecção de flautas.

Formação:




 

1. Céu
2. Terra
3. Trovão
4. Agua
5. Montanha
6. Vento
7. Fogo
8. Lago
9. Dança Dos Hexagramas
10. Altinak

11. Ponto De Mutação