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segunda-feira, 18 de julho de 2011

O PARTIDO ALTO DE ANICETO E CAMPOLINO

Aniceto de menezes e silva junior, carioca do estácio, nasceu em 1912 e aos 16 anos já era freqüentador assíduo dos eventos de samba, jongo e partido alto, e amigo de grandes nomes do samba. em 1947, foi um dos fundadores da escola de samba império serrano, o que lhe valeu a alcunha de aniceto do império e o cargo de orador oficial da escola. apesar disso, aniceto não era chegado em compor sambas-enredo, e destacou-se no mundo do samba pelo seu talento extraordinário como partideiro. considerado um dos últimos mestres do partido-alto de raiz, chegou a ter catalogadas mais de 600 composições, mas poucas foram gravadas. morreu em 1993, e foi reverenciado até o fim pelos mais jovens.
  Nilton da silva nasceu em 1926 no rio de janeiro, e, 21 anos depois, filiou-se à escola de samba império serrano, que tinha poucos meses de existência. conhecido como nilton campolino, o compositor, partideiro, jongueiro e curimbeiro integrou também o g.r.a.n.e.s quilombo, fundado por candeia em 1975. ao contrário de aniceto, teve diversos sambas gravados por grandes intérpretes, como zeca pagodinho e xangô da mangueira. falecido em 2001, foi o único integrante da atual velha guarda da império serrano que integrou a velha guarda original da escola.

  Em 1977, aniceto de menezes e silva junior e nilton da silva gravaram juntos, pelo museu da imagem e do som, a preciosidade o partido alto de aniceto e campolino (do Blog Mercado das Pulgas)



1 - Segredo de tia romana (Aniceto do Império)
2 - Quem tem, tem (Aniceto do Império)
3 - Um bocadinho só (Aniceto do Império)
4 - Mocinho cantador (Aniceto do Império)
5 - Na volta da novela (Aniceto do Império - Bijuzinho)
6 - Zé Ciumento (Aniceto do Império)
7 - Raízes da África (Aniceto do Império)
8 - Indesejável mulher (Nilton Campolino)
9 - Atroz cativeiro (Aniceto do Império)
10 - Maria Sara (Nilton Campolino)
11 - João do Rosário (Aniceto do Império)
12 - Vacilação não dá pé (Aniceto do Império)

domingo, 17 de julho de 2011

PERNAMBUCO FALANDO PARA O MUNDO - ANTÔNIO NÓBREGA

  Ainda não tinha postado nada do grande artista brasileiro Antônio Nóbrega. Sua obra já conta com vários cd's, dvd's e espetáculos memoráveis. Aqui disponibilizo o seu terceiro disco. Recomendo aos interessados a aquisição do cd original, que contém informações importantes e um encarte muito bonito.


1- Vinde, Vinde moços e velhos
(domínio público)
2- Festa da padroeira
(Capiba)
3- Chegança
(Antonio Nóbrega e Wilson Freire)
4- Olodumaré
(Antonio Nóbrega e Wilson Freira)
5- Cantigas de Roda
(Getúlio Cavalcanti)
6- A dor de uma saudade
(Edgar Moraes)
7- Cocada
(Antonio Nóbrega e Marcelo Vianna)
8- Pau-de-arara
(Guio de Moraes e Luiz Gonzaga)
9- Mulher Peixão
(Luiz de França)
10- Minervina
(Antonio Nóbrega e Marcelo Varella)
11- Seleção Capiba
De chapéu de sol aberto
Oh! bela
Cala a boca menino
Frevo e ciranda
Trombone de prata
12-  Vassourinhas
(Mathias da Rocha)
13- Formigão
(Felinho)
14- Pernambuco falando para o mundo
(Antonio Nóbrega e Wilson Freire)
15- Despedida
(Domínio Públido e Wilson Freire)

QUE TAL O SILÊNCIO?

  Há anos atrás quando eu fazia graduação em música, eu costumava passar pela livraria da Universidade e dar uma olhada nas novidades. Um dia dei de cara com um título que me chamou atenção, pela sua natureza inusitada. O livro se chamava “ódio à música”. Tentei ler de novo achando que estava sendo traído pela minha visão, afinal não era razoável um manifesto contra a música numa universidade que forma músicos, professores e pesquisadores de música. Não era nem mesmo razoável imaginar alguém com tanto ódio dessa arte a ponto de escrever um livro. Que não goste, tudo bem, mas daí escrever um livro, já era demais.
            Esperei um momento em que tivesse mais tempo para saciar minha curiosidade, e quando pude voltei à livraria para acertar contas com ela. Fiquei muito surpreso quando ainda na introdução vi que o autor, Pascal Quignard, era um compositor, regente e educador musical. Realmente um espanto! Mas ainda nas primeiras páginas ficou clara a razão que o levou a tal empreitada. Ele estava simplesmente se rebelando contra uma prática que se tornou, se não universal, ao menos muito disseminada. Refiro-me à prática da banalização da música e a ampliação geral do nível sônico nas sociedades contemporâneas.
            Pensa-se muito pouco nisso, mas os efeitos do som sobre os corpos humanos e dos demais animais não são desprezíveis. Pesquisas militares do governo dos Estados Unidos feitas desde a década de 1960, já apontavam os efeitos danosos do som em altos decibéis em animais. O compositor canadense Murray Schafer relata em seu livro “O ouvido pensante” algumas dessas ocorrências. Numa, por exemplo, ele descreve a morte de um rato quando colocado em um campo sonoro de altos decibéis. Na autópsia fica demonstrado que ele morreu de superaquecimento instantâneo. Outros testes científicos demonstraram que ocorrem mudanças na circulação sanguínea e no funcionamento do coração quando uma pessoa é exposta a uma determinada intensidade de ruído. Na mesma perspectiva, cientistas do Instituto Max Planck realizaram há tempos atrás pesquisas para saber por que pessoas que trabalham em ambientes muito barulhentos tendem a ter mais problemas emocionais e familiares.
            A falta de reflexão sobre os ambientes sonoros acabam por gerar situações esdrúxulas, como a que eu mesmo presenciei anos atrás numa viagem de ônibus que ligava a Penha ao Cosme Velho. A empresa, para demonstrar atenção com seu público resolveu instalar televisores em toda a sua frota. Acontece que os ônibus já possuíam um serviço de rádio, o qual não foi desativado para a instalação do novo serviço. Talvez para agregar mais valor, ficavam os dois meios de comunicação funcionando ao mesmo tempo. É verdade que a televisão ficava sem som, mas era possível, como eu mesmo vi, o vídeo transmitir uma imagem de um guitarrista tocando rock numa performance típica de guitarrista solo, enquanto o rádio tocava um pagodão a todo vapor. Uma loucura!  
            Há uma relação inversamente proporcional entre sociedades pré-industriais de um lado e sociedades industriais, de outro, no que diz respeito aos sons naturais, humanos e de utensílios tecnológicos. Segundo Schafer nas culturas pré-industriais a presença de sons naturais era de 69% dos sons vivenciados, enquanto os sons humanos eram de 26%, e os sons de utensílios e tecnológicos alcançavam apenas 5%. Nas sociedades contemporâneas a proporção é de 68% de sons tecnológicos, 26% de sons humanos e apenas 6% de sons naturais. Isso explica as razões pelas quais o ruído vem sendo incorporado ao discurso musical. Ainda no começo do século XX, em 1913, o compositor Luigi Russolo, escreveu um manifesto no qual defendia a incorporação dos ruídos, presença marcante na vida cotidiana do período industrial, na música desse momento. É “A arte dos Ruídos” o título de seu manifesto futurista.
            De todo modo, é preciso estar consciente das marchas e contra-marchas do nosso tempo e perceber de que modo podemos interferir nos rumos da nossa jornada. A ideia de assimilar os ruídos ao discurso musical pode até ser um jeito de esconjurar, em parte, o demônio-ruído, mas faz-se necessário reduzir seus efeitos nocivos e para isso são necessários consciência do problema e educação para transformá-lo. Urge uma gestão social e democrática do som.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Francisco Mário - Pijama de seda

Outro super LP da produção de Francisco Mário. este é de 1985.


1 Ressureição 
(Francisco Mário) 

2 Espanhola 
(Francisco Mário) 

3 Terra queima 
(Francisco Mário) 

4 3ª guerra 
(Francisco Mário) 

5 Las locas 
(Francisco Mário) 

6 Pijama de seda 
(Francisco Mário) 

7 Souza 
(Francisco Mário) 

8 Venceremos 
(Francisco Mário) 

9 Violada 
(Francisco Mário)
 
10 Faz que vai 
(Francisco Mário)
 
11 Coceirinha 
(Francisco Mário) 

12 Saudade de mim 
(Francisco Mário) 

domingo, 22 de maio de 2011

EGBERTO GISMONTI

Grande lp do mestre Egberto Gismonti de 1977. Carmo.


1Baião Malandro

02 - Café

03 - Educação Sentimental (Com Wanderléia)

04 - Apesar De Tudo (Com Joyce)
05 - Bodas De Prata
06 - Raga
07 - Feliz Ano Novo
08 - Calypso (Com Marlui)
09 - As Primaveras
10 - Cristiana (Com Christiane Legrand)
11 - Carmo - Hino Do Carmo - Ruth



OS SONHOS NÃO ENVELHECEM...



O escritor argentino Jorge Luís Borges, entusiasta das boas frases, dizia em seguida a proferir uma delas um comentário de que além de bonita a frase poderia ser verdadeira. O mestre argentino estava, obviamente, se referindo ao fato de que beleza e verdade não andam obrigatoriamente juntas. A frase acima, que dá título a este artigo, por exemplo, é bonita, mas não é verdadeira (assim o entendo). Os sonhos envelhecem; morrem; são esquecidos; renascem... enfim, tudo é possível nas dobras e desdobras do tempo. Esta frase, na verdade, é parte de uma das mais belas letras de MPB que eu conheço: “Clube da Esquina II” de Milton Nascimento, Lô Borges e Márcio Borges, este último autor da letra (porque se chamava homem / também se chamavan sonhos / e sonhos não envelhecem).

     Acontece que também esta bela frase dá nome a um importante livro que Márcio escreveu contando as histórias daquele tempo. É um relato lítero-político-estético-existencial daqueles tempos de angústias e descobertas para os jovens fundadores do Clube da Esquina. O livro, escrito em primeira pessoa traz as marcas de quem viveu com toda intensidade possível aquilo que depois veio a assombrar o mundo musical brasileiro e mundial. Digo assombrar porque há diversos relatos de artistas contemporâneos deles que afirmam certa dificuldade de compreender o que era aquilo. As harmonias, as levadas, os timbres, as letras, tudo era diferente do que se fazia. Não era bossa nova, não era tropicalismo, não era música de protesto, mas era um pouco de tudo isso, porém numa perspectiva absolutamente pessoal daquele grupo de mineiros. É como se eles viessem por fora, bordando o circuito musical brasileiro, mas sem adentrá-lo totalmente, mas mantendo com ele intenso debate.

     Fica evidente no texto de Márcio, como de resto parece evidente a todos que de alguma forma acompanharam esta cena, que a figura central de todo esse movimento era Milton Nascimento. De longe isso é sabido, mas o texto de Márcio nos revela como foi se construindo tanto em Milton como nos outros participantes do movimento – se é que o podemos chamar assim – a consciência de que caberia a ele, Milton, elaborar a síntese de tudo aquilo que estava sendo feito. Não foram raros os momentos de hesitação e descrença, mas a percepção de que estavam fazendo a coisa certa era, por outro lado, também muito forte. Bituca, apelido carinhoso de Milton, era como um estuário a receber águas de vários rios e a misturá-las, ao mesmo tempo em que se conectava ao grande mar da música internacional.

     Mas tudo isso era coisa de amigos, de turma de quase adolescentes, sem ainda uma percepção clara de que aquilo os levaria a uma profissionalização, e no caso mais específico do Milton, a uma carreira internacional. O relato de Márcio Borges nos mostra com muita densidade humana, que fazer música era pra aquela rapaziada uma necessidade vital dentro daquele contexto de guerra e opressão que eles viviam. Não era fácil... (em meios a tantos gases lacrimogêneos / ficam calmos, calmos, calmos). Em alguns momentos o cenário pintado pelo autor é de guerra mesmo. Mas há momentos de batida de limão, namoros, frustrações e alegrias.

     Entre tantas e tantas histórias há uma que contarei aqui: Milton, Márcio, Lô, Duca (então mulher do Márcio), Brant e um colega seu chamado Ildebrando encontraram por acaso o Ex-presidente Juscelino Kubitschek em Diamantina. Justamente este último, Ildebrando, não se conteve diante daquele personagem quase mítico e com toda sem cerimônia do mundo lhe diz: “ô Nonô! Que prazer, Nonô, dê cá um abraço meu velho”. Vejam se isso são modos de tratar um ex-presidente, e ainda mais da estatura de JK. Mas o presidente não se ofendeu, e o encontro acabou com Milton e a turma cantando para ele a canção “beco do mota”. O presidente riu, sabendo que o "beco", ao qual a canção se referia, era aquele lugar de "recreação" masculina, em frente à arquidiocese da cidade (a canção termina com o verso “o Brasil é o beco do Mota).

     Delícias de histórias vão correndo pela pena do Márcio sem que possamos nos dar conta da passagem do tempo. O relato é vertiginoso e tem a pressa e a angústia daqueles tempos. Mas acima de tudo, o mistério Minas continua, o mistério Milton permanece a nos desafiar. A desafiar novos corações e mentes que se debrucem sobre ele. Ver tudo aquilo que aconteceu pelos olhos e pelo texto de Márcio Borges é uma experiência que vale a pena. É coisa para rir e chorar, mas acima de tudo para se orgulhar da síntese estético-musical engendrada por aquela turma das Geraes.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

FREVOS DE RUA - OS MELHORES FREVOS DO SÉCULO

Infelizmente não tenho como disponibilizar a capa desse cd antológico do frevo pernambucano. Ele se propõe a ser, como afirma o título, uma coletânea dos, se não os melhores,  ao menos dos mais conhecidos frevos de Pernambuco. Pra quem gosta de frevo é tiro certo. Ouçam:

1- VAssourinhas - tema e improviso
2- ùltimo dia
3- Duda no frevo
4- Relembrando o Norte
5- Carabina
6- Freio a óleo
7- Nino, o pernambuquinho
8- Lágrimas e folião
9- Envenenado
10- Eu e você
11- Folias da madrugada
12- Luzia no frevo
13- Frevo da meia-noite
14- Gostosão
15- Picadinho
16- Vassourinhas (tema)

DONGA, O PRIMEIRO SAMBA GRAVADO NO BRASIL E AS MANOBRAS DA IMPRENSA.

Por Ricardo Moreno
para o Jornal Por-do-sol
Os grandes meios de comunicação não se cansam de farisaicamente alardear sobre a tal liberdade de expressão. Digo farisaicamente porque a crônica política e mesmo eventualmente a cultural está repleta de passagens que atestam justamente o contrário. E o contrário da liberdade de expressão é o monopólio da mesma, e nesse sentido eles já deram provas cabais de que temem, como o demônio a cruz, a democratização das comunicações, haja vista o fato de que quase toda grande imprensa do Brasil se retirou no final de 2009 da 1ª CONFECOM (Conferência Nacional de Comunicação), iniciativa que justamente visava potencializar a democratização das comunicações no Brasil.
  Em períodos eleitorais as denúncias da grande imprensa contra os candidatos que não são de sua preferência se multiplicam assustadoramente, mas tão rápido como elas vêm, elas se vão sem mais comentário. Alguns desses meios de comunicação, como a revista Veja, se especializaram em mentiras que não vão muito longe, mas que fazem, ao menos por algum tempo, a cabeça de uma quantidade razoável de pessoas. Ainda bem que é cada vez menor o número de pessoas que dão crédito a essa revista. Aos poucos, e não poderia ser diferente, a sociedade vai amadurecendo e passa a ser mais crítica com relação ao que lê. Alguns artistas brasileiros tais como Chico Buarque e Milton Nascimento após tantas mentiras e práticas sórdidas dessa revista, resolveram não mais dar nenhuma declaração a este veículo, ou seja, tratam-na como se ela não existisse.
Mas para que o eventual leitor dessa coluna e o editor da mesma não se frustrem por não termos até agora falado em música, vamos tratar de um episódio que junta o que vimos falando acima com a composição do chamado primeiro samba gravado no Brasil. Muitos conhecem essa passagem, mas como suponho que nem todos tenham ciência da mesma, vamos discorrer aqui sobre ela. É o seguinte: consta na crônica musical brasileira que em 1917 foi gravado o primeiro samba no Brasil – “Pelo telefone”, de Donga e Mauro de Almeida –. Ele é aquele que começa com os versos: “o chefe da polícia (folia) pelo telefone manda me avisar / que na carioca tem uma roleta para se jogar. É justamente sobre esses primeiros versos que queremos tratar, pois segundo Donga ele foi inspirado numa passagem que envolve uma armação montada pelo então proprietário do jornal “A noite” – Sr. Irineu Marinho (aquele mesmo, pai de Roberto Marinho) – que visava derrubar o então chefe de polícia do Rio de Janeiro, Aureliano Leal.
Este samba tem em sua história muitas contradições e “disse-me-disse”, mas o fato é que muitos musicólogos não têm dúvidas em afirmar que a letra é um apanhado de várias estrofes cantadas em improviso ou já consagradas nas rodas musicais populares do Rio de Janeiro. Nesse sentido, Mauro de Almeida, suposto criador da letra, atuou na verdade dando a forma final em um conjunto de versos já registrados na memória oral dos sambistas. Mas voltando à fraude montada pelo Sr. Irineu Marinho, consta que o dono do Jornal “A noite”, então desafeto do já referido chefe de polícia, combinou com alguns jornalistas para montarem uma simulação na qual uma roleta era colocada em pleno Largo da Carioca num momento em que o jogo estava proibido na cidade. A intenção era simplesmente desmoralizar a autoridade policial.
Sobre esse episódio Mauro de Almeida, ou outra pessoa, não se sabe ao certo, teria construído os primeiros versos do samba. Em algumas gravações aparece a expressão “o chefe da polícia” e em outras “o chefe da folia”. E aí as coisas ficam ainda mais complicadas porque o próprio Donga deu versões contraditórias sobre qual seria a versão original. Em depoimento ao Museu da Imagem e do Som, ele diz que a letra original é “O Chefe da Folia”... mas em entrevista a Sérgio Cabral e Ary Vasconcelos ele se contradiz afirmando que é “O Chefe da Polícia”... a letra inicial, mudada para a outra forma para evitar complicações com as autoridades.
Seja como for, o que nos interessa aqui, é explicitar as manobras feitas pelos que detém a exclusividade da publicação da fala. As Vejas, as Globos, os Estadões, as Folhas e seus congêneres, não podem mais agir de forma monoglósica num mundo intensamente complexo e polifônico. O que nos dá esperanças é que as novas ferramentas (blog, twitter, etc) e mesmo a velha imprensa alternativa (como esse jornal) possibilitam uma nova plataforma e uma nova possibilidade de democratização das falas, pondo abaixo o famigerado pensamento único. Saudemos esse novo tempo!!

Maracatu Nação Pernambuco


Todo Maracatu possui ligação direta com algum terreiro. Esta é a tradição e sempre surge em algum tema a ser tocado o imaginário das Umbandas, Encantarias e Nações. Surgido em 1989, formado, em sua maioria, por jovens da classe média, o Maracatu Nação Pernambuco tinha como objetivo difundir o ritmo, na época em decadência, e pouco conhecido fora das comunidades onde era praticado. O Nação Pernambuco teve papel importante no reinteresse pelo maracatu em Pernambuco e no resto do país, e também no exterior, pois o Nação Pernambuco tem feito apresentações constantes na Europa. Participante da primeira edição do Abril Pro Rock, em 1993, o grupo ajudou bastante a fazer com que os novos músicos pernambucanos se interessassem pelo maracatu. O grupo já lançou três discos, o primeiro deles Batuque da Nação (1992), e tem participações em diversos outros discos, entre os quais Oceano, de Sérgio Mendes (1997).
(texto do blog "acervo Ayom: música e espírito)




1- Maracatu Misterioso
2- Viver solto virado
3- Latina cigana
4- Toque moderno
5- Mateus embaixador
6- Coroa imperial
7-Pão e circo
8- Recife
9- Folia geral
10- Brasindiano
11- Cambinda nova
12- Leão coroado
13- Água do mundo das águas
14- Boi Aroeira

Lançado em 1993 por Velas Produções